quarta-feira, 13 de julho de 2011

Gol vai acabar com a Marca WeBJET

Gol vai acabar com marca Webjet e promete não aumentar tarifas
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
11/07/2011 | 16h32 | Aviação



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GOL. Imagem: D.A Press
Imagem: D.A Press
GOL. Imagem: D.A Press

A Gol acabará com a marca Webjet e não prevê aumento de tarifas após a aquisição da concorrente, operação que ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As informações foram dadas pelo presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, na manhã desta segunda-feira. Em teleconferência com jornalistas, o empresário disse ainda que pretende estender o programa de milhagem da Gol/Varig, o Smiles, aos passageiros da Webjet e descartou demissões.

"Devemos manter as duas companhias de forma independente por um tempo, mas a ideia é que a Gol absorva completamente a marca Webjet", disse Constantino Jr., de Londres, para onde viajou de férias na última sexta-feira, após acertar a compra da rival.

O negócio envolve R$ 310,7 milhões, incluindo R$ 96 milhões que serão pagos "provavelmente em dinheiro" à família Paulus, controladora da Webjet, e R$ 214,7 milhões em dívidas, que serão absorvidas pela Gol.

Constantino Jr. afirmou que não prevê alta das tarifas apesar da maior concentração em algumas rotas. E reforçou que a compra da Webjet visa à estratégia da Gol de crescer nos principais destinos do país, onde a autorização de slots (direito de pousos e decolagens) é cada vez mais difícil por causa do elevado tráfego aéreo.

"O objetivo com o negócio é ampliar a oferta de destinos no país, cumprindo a missão da Gol de popularizar o transporte aéreo em cidades como São Paulo, Rio, Brasília, Curitiba e Porto Alegre", disse ele. Como as duas companhias são empresas de baixo custo, não há por que elevar tarifas.

Rotas concentradas

Juntas, Gol e Webjet vão abocanhar 40,55% do mercado doméstico, considerando os últimos dados disponíveis, referentes a maio. Ainda assim, a TAM permanece na liderança, com uma fatia de 44,43% naquele mês. Em algumas rotas, porém, a concentração das duas é maior. Exemplo do trajeto Santos Dumont-Brasília, em que as duas juntas teriam 60,3% do mercado, ante 35,3% da TAM, segundo dados de 2010.

Quanto ao programa de milhagem, Constantino Jr. disse que as regras de pontuação do Smiles também valerão para os passageiros da Webjet, embora não tenha fornecido detalhes de quando isso vai acontecer. Ele disse ainda que a integração entre as duas companhias não deve resultar em demissões. Pelo contrário, a intenção do executivo é aumentar as contratações:

"A Webjet trabalha com um quadro bastante enxuto. À medida que imprimirmos nosso ritmo de produtividade, acredito que teremos até que contratar mais gente. Não está nos nossos planos demitir".

A Webjet tinha 1.683 funcionários no fim de 2010, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A Gol fechou o primeiro trimestre deste ano com 18.706.

O empresário acrescentou que a ideia é substituir aos poucos a frota da Webjet por aviões mais jovens. As duas empresas operam aeronaves 737 da Boeing, mas a geração dos aviões da Gol é mais nova e com mais espaço entre as poltronas. Segundo ele, uma renovação total da frota da Webjet, que tem pouco mais de 20 aviões, levaria de 18 a 24 meses. O fato de as duas empresas operarem aeronaves da mesma família, aliás, foi um dos fatores que pesaram a favor do negócio.

"Isso torna a integração mais fácil e mais barata, pois nos permite não ter de fazer uma grande reestruturação", disse.

Sinergias de R$ 100 milhões

O ritmo de integração entre as duas aéreas será ditado, em grande parte, pelo Cade. A Gol tem 15 dias para comunicar oficialmente a operação ao órgão. Tão logo isso seja feito o executivo acredita "num prazo razoável de um ano" será possível concluir a análise do negócio. À Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a operação já foi informada verbalmente. Agora, a agência terá de avaliar a capacidade técnica, operacional e financeira da Gol para conceder seu aval.

De acordo com o diretor financeiro da Gol, Leonardo Pereira, as sinergias entre as duas empresas são da ordem de R$ 100 milhões e poderão ser capturadas em dois anos a partir do sinal verde do Cade.

Pereira disse ainda que a dívida da Webjet, de R$ 214,7 milhões, tem vencimento até 2015 e será absorvida pela Gol "sem problemas". Os principais credores da aérea são Bradesco, Banco Safra e Citibank.

Criada em 2005, a Webjet é controlada pela holding GJP Participações, comandada pelo empresário Guilherme Paulus, que também é acionista da CVC Turismo e proprietário da GJP Hotéis e Resorts. Com o pior índice de pontualidade entre as maiores empresas do país e o maior número de ações na Justiça, a empresa fechou no vermelho por anos seguidos.

No início de 2011, tentou abrir seu capital para captar recursos no mercado, mas não teve sucesso. Também chegou a namorar com a companha irlandesa de baixo custo Ryanair, mas as conversas não foram à frente porque o projeto de lei que amplia a participação de estrangeiros nas aéreas nacionais de 20% para 49% emperrou no Congresso.

Da Agência O Globo
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